Construção civil refaz estimativas e volta a prever crescimento de 4% em 2022
Expectativas e projeções
De acordo com a Sondagem Indústria da Construção, as expectativas dos empresários do setor permanecem positivas em julho, apesar de menos intensas do que em junho. Considerando a melhora nas atividades no final do segundo trimestre e a manutenção do nível de atividade atual, a expectativa é de que o PIB do setor poderá registrar alta de 4% em 2022. Se confirmado, esse será o melhor desempenho da construção desde 2013, quando o crescimento foi de 4,5%. O incremento do financiamento imobiliário, as taxas de juros ainda em baixo patamar, a melhora do ambiente econômico, a demanda consistente, mesmo diante da pandemia, e a continuidade de pequenas obras e reformas são algumas das razões que ajudam a justificar a projeção atual.
Segundo a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, a melhora não significaria necessariamente um forte crescimento. “É preciso considerar que de 2014 até 2020 o setor acumulou uma queda de 33,34%. E mesmo com o crescimento de 4% em 2021, a retração desse período continuará superior a 30%, o que é bastante expressivo. A construção precisará continuar a crescer mais alguns anos nessa intensidade para que a recuperação total aconteça”, disse.
Atividade
A média do Índice do Nível de Atividade para o setor, no segundo trimestre de 2021, foi a melhor, para o período, desde 2012. A demanda consistente por imóvel, as baixas taxas de juros, o incremento do crédito imobiliário, o novo significado da casa própria para as famílias e a melhora nas expectativas para a economia são alguns dos fatores que ajudam a explicar esse resultado. Desagregando o indicador do Nível de Atividade da Construção por segmento, observa-se que o maior ritmo está na construção de edifícios, enquanto as obras de infraestrutura e os serviços especializados, apesar do incremento observado nos últimos meses, ainda estão em patamares de queda.
A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) das empresas de construção cresceu um ponto percentual em junho, em relação a maio, e atingiu o seu maior patamar (64%) desde novembro de 2014 (66%). O resultado também é superior à média histórica do indicador (62%).
Emprego
A construção finalizou o mês de maio com 2,430 milhões de trabalhadores com carteira assinada, de acordo com dados do Ministério da Economia. Em maio de 2020, esse número correspondia a 2,113 milhões. Assim, o incremento no estoque de trabalhadores no setor em um ano foi de 15,01%.
Nos primeiros cinco meses de 2021, a construção gerou 156.693 novos postos de trabalho com carteira assinada. Usando como referência os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Novo Caged, observa-se que este foi o melhor resultado, para o período, desde 2012.